Jornada COP+: a indústria comprometida com o desenvolvimento e a transição energética
- Mayra Leal
- 26 de mar.
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Atualizado: 31 de mar.

Um movimento coletivo pela transição justa e desenvolvimento sustentável da Amazônia brasileira. É o que propõe a Jornada COP+, idealizada pela agência Temple Comunicação e realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), que está criando uma nova agenda econômica, social e ambiental do setor produtivo na região. Lançada em maio de 2024, a Jornada surgiu em meio à preparação para a Conferência das Nações Unidas pelo Clima, a COP 30, que será realizada em novembro, em Belém. Mas o projeto se estende para além do evento.
Segundo o presidente da FIEPA e da Jornada COP+, Alex Carvalho, o movimento quer fortalecer iniciativas inovadoras, articulando governos e organizações para a elaboração de soluções voltadas à transição justa e ao desenvolvimento sustentável. “As decisões nacionais e globais sobre o clima precisam considerar as necessidades da Amazônia brasileira e nós, enquanto indústria, também queremos diversificar as novas economias para além do mercado de carbono, buscando soluções concretas para desafios regionais, pautadas na descarbonização e sociobioeconomia. Queremos criar uma nova mentalidade e desenvolver propostas concretas a partir do conhecimento de quem vive e produz na Amazônia”, destaca o presidente.
Em sua primeira fase, a Jornada COP+ já alcançou mais de 11 mil pessoas, com capacitações, festivais e encontros. A segunda etapa será lançada em maio de 2025 e terá ações como webinars, workshops, letramentos, encontros de líderes, fóruns e exposições. O trabalho é dividido em cinco pilares: transição energética; economia circular; sociobioeconomia; transformação digital e inovação; e rastreabilidade das cadeias produtivas de valor da Amazônia. Dentro desses eixos, o projeto também pretende debater assuntos como atração de investimentos; infraestrutura e logística; economia de baixo carbono; comunicação e advocacy; mulheres e povos tradicionais. Quarenta especialistas entre empresários, profissionais de carreira da indústria, acadêmicos, pesquisadores, agentes públicos e organizações do terceiro setor, formam o conselho curador.
Para discutir esses temas em grupos de trabalho, as ações da Jornada foram divididas em quatro grandes programas: sociobioeconomia; apoio no combate ao desmatamento ilegal e queimadas; descarbonização para o clima do futuro e economia circular. A empresária Joana Martins é a líder do Comitê de Sociobioeconomia e enxerga o Pará como uma grande potência para o um modelo de economia que alie preservação e desenvolvimento social. “Temos um território rico, biodiversidade e uma cultura muito forte e a gente precisa saber como transformar isso em economia. E a melhor alternativa para o território é a sociobioeconomia, modelo de produção onde transformamos ativos da floresta, incluindo as pessoas e valorizando o conhecimento tradicional sem deixar de inovar e acessar o mercado”, defende.
Entre as ações da Jornada, está a criação de plataforma digital que servirá como um mapa das cadeias produtivas, como o açaí, cacau e castanha-do-Pará. A plataforma reunirá o cadastro de produtores, associações, cooperativas e indústrias que compõem o ecossistema da sociobioeconomia, oferecendo um diagnóstico dessa produção, seus impactos ambientais e sociais. O projeto também prevê criação de redes, relatórios, repositório de dados, materiais de capacitação e guias para a transição energética justa. A Jornada também quer gerar contribuições para políticas públicas e acordo de metas para a indústria da Amazônia.
Os propósitos da Jornada estão alinhados à Sustainable Business COP 30 (SB COP), promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) para garantir o papel do setor privado nas negociações climáticas globais, a partir da COP30. Para o presidente do Conselho de Meio Ambiente da Fiepa, Derick Martins, o alinhamento da indústria com as pautas ambientais, além de necessário, traz vantagens para todos “Ao adotar práticas responsáveis, as indústrias podem desempenhar um papel crucial na transição energética e conservação dos recursos naturais, o que pode resultar em eficiência operacional, redução de custos e inovação, assim como acesso a novos mercados e oportunidades de financiamento verde. As questões ambientais também estão cada vez mais interligadas às expectativas dos consumidores, que buscam produtos e serviços sustentáveis”, explica o especialista.
A Jornada COP+ tem com apoio da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), da Ação Pró-Amazônia, SESI, SENAI, IEL e Instituto Amazônia+21. O projeto tem como patrocinadora master a mineradora Vale. Mais informações no site: https://www.fiepa.org.br/copmais.