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Aliar práticas sustentáveis aos negócios é um desafio que vem sendo colocado como prioridade pelo setor industrial. No Pará, A Federação das Indústrias do Estado (FIEPA) jogará ainda mais luz sobre esse tópico durante a XVI FIPA, o maior evento do setor na região amazônica, que nesta edição tem como tema “Negócios e Sustentabilidade na Amazônia”.
Dentre os assuntos que serão discutidos no Congresso técnico da XVI Feira da Indústria do Pará (FIPA) está o painel “Moda e produção sustentável”, que abordará conceitos como o upcycling, onde o foco é dar um novo propósito a materiais que seriam descartados, com criatividade e qualidade igual ou até melhor que a do produto original.
Ao contrário da reciclagem, que envolve a criação de um novo ciclo para um produto que atingiu o fim de sua vida útil, o upcycling valoriza o próprio ciclo, dispensando qualquer necessidade de realização de novos processos industriais para criação de novos produtos. Dentro do setor industrial, a prática é considerada fundamental para o equilíbrio da produção em grande escala. “O upcycling é uma das formas de dar uma destinação mais nobre para os resíduos, evitando a destinação inadequada ou a geração de lixo. Com isso, você evita que o resíduo vá parar em um rio, nas ruas, em contaminação do solo e das águas e garante uma longevidade ao ciclo de vida de determinado produto”, explica Deryck Martins, presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente da FIEPA.
Gerente do Polo de Vestuário do SENAI, Clarisse Chagas. Foto: Divulgação/Senai
No Pará, a prática é, inclusive, tema de curso ofertado pelo Polo de Vestuário do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), em Belém, onde os alunos desenvolvem habilidades e técnicas de reaproveitamento de materiais têxteis que seriam incinerados com foco no desenvolvimento de produtos como roupas, bolsas, brindes e acessórios. Os materiais utilizados nas aulas práticas são resíduos oriundos das indústrias de confecção locais.
Na XVI FIPA, o painel “Moda e produção sustentável” será mediado pela gerente do Polo de Vestuário, Clarisse Chagas, que destaca a importância de fomentar debates sobre o tema. “Nós entendemos que não existe mais alternativa que não seja olhar para este lado da sustentabilidade. O Polo de Vestuário trata do ciclo de vida do produto e a gente entende que depois do descarte ele ainda pode ter um ciclo de vida extra. Então aqui a gente enxerga várias alternativas, e uma delas é o upcycling. A sustentabilidade não é fim, mas é ponte para que alcancemos uma sociedade que tenha uma dinâmica mais sustentável”, destaca.
Participam ainda do painel, no dia 24, Raphael Bergamini, do Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (SENAI CETIQT) – um dos maiores centros latino-americanos de produção de conhecimento aplicado à cadeia produtiva química, têxtil e de confecção -, Fernanda Simon, diretora executiva do Instituto Fashion Revolution e editora de Sustentabilidade da revista Vogue Brasil, e Priscilla Vieira, proprietária da empresa MLX Uniformes e diretora da FIEPA. Nesta última, uma indústria do ramo do vestuário localizada no município de Ananindeua (PA), o upcycling é parte dos esforços para dar destinação mais sustentável aos resíduos. Além de fazer parcerias com cooperativas voltadas para a reutilização, a empresa transforma as sobras de sua produção em subprodutos como, puffs, luvas e bolsas, agregando valor à marca.
Priscilla Vieira destaca que, com as ações de upcycling, a MLX consegue reaproveitar metade dos resíduos diretos em subprodutos. “Sabemos que há um árduo trabalho pela frente, que depende de parcerias que envolvam cooperativas, as próprias empresas, o setor público e o privado. Upcycling é uma questão de consciência e cada um faz parte desse processo”, ressalta.
Priscilla Vieira, proprietária da empresa MLX Uniformes e diretora da FIEPA. Foto: Divulgação/ FIEPA
A XVI Feira da Indústria do Pará tem a realização da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA); apoio do Governo do Estado, Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e Confederação Nacional das Indústrias (CNI); patrocínio Diamante da Albras, Hydro, Vale e SEBRAE; patrocínio Ouro da Norte Energia, Apex Brasil, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Huawei e Banpará; patrocínio Bronze da Agropalma, Alcoa, Banco da Amazônia, Cargill, Solar Coca-Cola; apoio cultural da Equatorial Energia; e apoio institucional do Fórum das Entidades Empresariais do Estado do Pará e Natura.
A programação completa da FIPA e os ingressos para o Congresso Técnico do evento podem ser acessados neste link.